quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

foto:Geison de A.Borges


Claro que é perto da meia-noite que todos passeiam, mas era eu que estava lá, pela última vez.

E numa extremidade do quarto que ninguém via, abri a janela. Não via a grade.

É que lua assim tão declarada cobre o parapeito de evasão.

Água pingada e retorcida, sem copo, não coincidia com boca alguma além da minha.

O cinzeiro ainda estava lá, cobertor que me tomava toda de pó: sem sonho no travesseiro.

Há anos tento resolver o impasse do olho no chão do teto antes do desabamento.

Uma corda pendurava o banquete: "Longe de mim o sol!"

Puxei e inundação.
..