foto:Geison de A.BorgesClaro que é perto da meia-noite que todos passeiam, mas era eu que estava lá, pela última vez.
E numa extremidade do quarto que ninguém via, abri a janela. Não via a grade.
É que lua assim tão declarada cobre o parapeito de evasão.
Água pingada e retorcida, sem copo, não coincidia com boca alguma além da minha.
O cinzeiro ainda estava lá, cobertor que me tomava toda de pó: sem sonho no travesseiro.
Há anos tento resolver o impasse do olho no chão do teto antes do desabamento.
Uma corda pendurava o banquete: "Longe de mim o sol!"
Puxei e inundação.
..
Esse jeito só seu de dizer as coisas, revigora as palavras e situações q já pareciam sem chance. Acho q o Manuel de Barros adoraria te ler.Ele é da sua terra.Não aí da região da Bahia. Mas alguma coisa nele acocora e esgarça as palavras pra fazer nascer. Com vc acho que também é assim. É uma espécie de parentesco no corte e na arte, acho. Um beijo, linda.
ResponderExcluir